terça-feira, junho 28, 2005

Freático

Dá, não tires...
Avança, se precisares, recua...
Ama, o ódio não produz
Acredita, não há razões para desconfiar

A bola que é o Mundo,
Roda vidas ao avesso
Porém continua a girar
E um dia o avesso
Há de se voltar, também.

A verdade propaga-se
Ao ritmo do fim das vidas,
Porquê? Não deveria ser ao contrário?
Por isso acredita.

O que os olhos vêem,
A mente desconfia,
Mas se se amar
A verdade é revelada pela confiança.

Não há mistério na vida,
Tudo o que fazemos é passado
Por isso só o futuro interessa.
Há que avançar para fazer ver o Futuro.

Então irei aceitar
O que há de vir, sem medos.
Entregar-me-ei à fluência temporal
Para dar aquilo que quero

Numa terna partilha
Entre o tempo e eu,
Pois sei que piores dias virão,
E outros tantos, melhores, para compensar...

sábado, junho 25, 2005

Um

Milhares de árvores nascem
No mesmo solo onde milhões morrem,
Dezenas de rios desenbocam no mar
Onde tantos outros já acabaram,

Florestas de animais propagam-se
Na natureza que é infinita e bela,
Tranformando-se em vida passageira
Mas pela Terra eternizadas...

Fantásticos arco-íris rasgam nuvens,
Esboçam-se nos céus onde aves voam
Soltas como as suas penas,
Livres, pelo vento fora....

Casas erguem-se onde outrora
Palácios derrocaram, apagaram-se,
Famílias expandem-se em filhos e netos
Frutos de pais e avós eternos, eternizados.

Na face a barba apaga a camadas de tempo
Traçadas pelo desgaste da idade
Onde antigamente lágrimas de birras
Vertiam ainda com restos de papa nos lábios

e Os sorrisos sucedem-se, um após outro,
Onde a vida já só parece correr,
Uma após outra talvez sem razão
Apenas e só porque existe, e só por isso.

Este não é um poema, nem uma prosa per se
Gosto de Vê-la apenas e só como uma carta
Uma carta que escrevo ao tempo para que me ouça
e Este não é um poema é apenas uma mente

............A minha................

domingo, junho 12, 2005

Básico

Básico é o olhar de uma criança,
Básico é o sorriso que encerra,
E os sentimentos de que fala
Que os sente de verdade...

Básico é o nascer do sol,
Básico é o dia que descobre
E a vida que quer dar
Às plantas ou aos animais...

Básica é a música,
Básicos são os sons melódicos,
Que saem doces e salgam a mente,
Agitando-a, dando-lhe força...

Básico é o Amor.
Sim, básico é o Amor,
Que dá e tira vida,
Fortalece e enfraquece a mente,
Mas por força de ser sentimento,
Sorri como uma criança
Nasce e pôe-se como o sol
Quando surge é doce
Porém também salga...

O Amor não é complexo,
O Amor é sangue, básico como nós,
Que vive e morre,
Não o vou complicar, vou amá-lo
Cuidá-lo e no final...
Bom, no final vou procurá-lo de novo
E sei que o vou encontrar,
Pois quer olhe para cima
Quer olhe para o lado,
Quer siga em frente ou retroceda
Ao dobrar daquela esquina, o Amor está lá,
À espera, silencioso, básico...

quarta-feira, junho 08, 2005

Orgulho, Saúde e Descanso

Com três simples palavras se pode definir a nossa história, de puros humanos. Primeiro, é nosso desejo, provermos nossa existência das estruturas necessárias para o desencadear do crescimento, de modo a que este seja obtido com o maior grau de sucesso, para que nos possamos orgulhar da nossa nascença, sem ter que a interrogar, por força de um fraco amor-próprio. É o orgulho que nos faz acreditar que temos valor e que já nada nos pode abater, pois já temos provas demonstradas de que, realmente, o parto de nossa mãe teve algum significado.

Seguidamente, temos de "gozar" a felicidade, pujança e desejo de viver que nosso orgulho nos trouxe. Ora se estamos com tanta vontade de futuro, então não há nada melhor que muita saúde para que nosso espírito se regozije com os frutos de nossas prévias obras (aquelas que nos incutiram orgulho). Este é o tempo da glória e da colheita de nosso bem-querer pessoal, que esgotemos todas as nossas energias nesta fase, somos todos provas vivas do sucesso.

Por último temos o descanso, que se torna urgente, após o célere desgaste de tempo a que nossa saúde e orgulho foram submetidos. À hora do descanso, o orgulho deve permanecer intacto e a saúde acompanhará o descanso de uma forma, quase, natural. É indispensável esta última etapa, pois a ausência da mesma ou significa um ciclo de orgulho incompleto, ou (por um qualquer azar) uma saúde debilitada, bastante debilitada. No caso de fraca saúde, nada temos a fazer, senão aceitá-la, tentando alcançar, ainda assim, descanso, já no caso do orgulho parcial, devemos aprender a aceitar nossas limitações e assumir uma postura -ainda que curiosa- mais responsável face ao nosso destino, continuando a procurar orgulho, porém acreditando piamente que já o alcançámos, estamos apenas adindo "upgrades" ao actual.

Também pode acontecer que muitas vezes o orgulho não seja alcançado, deste modo, o "eu" deve fazer uma procura de si próprio, tentando alcançar os possíveis pontos, a partir dos quais, pode construir orgulho, nunca deve descansar na saúde nem na doença, pois desde que haja orgulho não há doença que resista à "Vontade de Futuro".

Finalmente, resta referir que, tentar virar a Cadeia Vital ao avesso (1º - Descanso; 2º - Saúde; 3º - Orgulho), pode significar , no final do curso, apenas e só desilusão. Ao enfrentarmos a vida com calma e amorfismo, tentando passar ao lado da mesma pode ser, por si mesmo, uma doença, resultante desse facto, o "pulo" para o orgulho torna-se cada vez mais alto e improvável de dar.

Que nos orgulhemos de existir logo o mais cedo possível, pois seremos saudáveis e estaremos calmamente, e durante o resto de nossas vidas, a tirar férias de sentir e de pensar. Somos, no fundo, o primeiro orgulho que tivemos, é essa a massa que nos torna humanos ......

quinta-feira, junho 02, 2005

Carpe Diem

Vou contar uma história, que não se passou comigo, nem com ninguém que eu conheça. Uma pequena fábula que relembra a importância, das relações nos dias actuais. Quase que são, também elas, sangue, pois dão vida e mancham, do mesmo modo que aumentam.

No meio da rua sai, disparado, ao encontro de mais uma daquelas espanpanantes raparigas de sua escola, um rapaz de t-shirt branca, como a sua mente, naquela altura:
-De 0 a 100, qual é a probabilidade de conseguir o teu número de tlm?
-0, Xau...
-Espera e se eu te disser que tens os olhos mais brilhantes que já vi?
-humpf...
-E que tens o melhor e mais bem desenhado corpo da escola?
-hmm, a probabilidade é de 20
-hmm... epah, assim sendo ... já sei! E se eu te convidar para irmos
almoçar os dois?...
-.... 35
-Bem, como é óbvio, eu é que pagaria tudo...
-40
-Eu ia-te buscar a casa e levava-te de volta, no meu carro...
-hmmm
-Não, espera, assim que visses o carro a probabilidade voltava ao zero...
-Ahahaha, então, é assim tão mau?
-Não, é pior!
-ahahahhha, subiste para 80
-A sério! uhau! Então acho que só me resta dizer, que era capaz de
apagar toda a minha lista telefónica, só para ter o teu número.
-918532....


Bom, e o resto fica entre eles...
Era tão bom que a realidade não fosse mais que o folha de papel por escrever.... Bem, se calhar até é, nós é que raramente acertamos nas palavras certas a redigir.