quinta-feira, abril 05, 2007

Lavrador de memórias

Sou como todos vós, de memórias,
Não vivo delas, mas eu sou-as,
Não as vivo mas recordo-as,
Partes, prazos, histórias...

Sabem, eu julgo produzi-las,
Penso haver um campo aqui
Junto à mente que adquiri,
Onde mais que senti-las

Eu as consigo cultivar.
Carrego as suas sementes
Como emoções carentes.

Eu sei que as consigo recriar
Como lavrador as planto,
Como produtor as garanto.

"De que te serve guardar belas sensações, se no frio da noite, aquecido por mantas e cobertores, na solidão gélida de um momento que não passa, não és capaz de as voltar a sentir? De que te serve ser consumidor de memórias, se um dia não as soubeste lavrar? Lavra as memórias que mais tarde te quererás lembrar."