quarta-feira, novembro 07, 2007

Sonhar Abraçado

Solto, por uma manhã inequívoca
Espalho-me liberto no horizonte
Deixo-me a saciar os meus nasceres de sol
Perdido e alvorecendo sem voz

Culminando antes de me sublimar nas nuvens tão mortais,

Eu quero tanto o desejo! Quero tanto a loucura!
Quero tanto sonhar enquanto me manifesto mortal,
Aceitar que às brisas matinais, leves e doces,
Sucedam vespertinas rajadas fustigadoras e frias...

Quero tanto que de tanto querer, me complexifico, perco identidade
E adquiro uma outra que me devora e me pede mais, mais, mais...

O que há a madrugada de dizer à noite, quando se separam e a madrugada grita "Sou manhã! Sou mais, sou nova, sou eu!" Queremos sempre mais e mais e mais, enquanto que nos vamos exaurindo em pensamentos e desideratos, mais anoitece em nós. Quem me dera ser como a madrugada que aceita ser nova e amanhece para todos nós que recusamos a mudança.