quinta-feira, julho 27, 2006

qual é o teu sonho

- Qual é o teu sonho?

- Sei lá! Tenho tantos!

- 'Tá bem, mas assim um que queiras mesmo.

- Sonho nunca deixar de sonhar.

- Han?! Como assim?!

- Se a Humanidade não sonhasse, nós nunca teríamos sido nada. O sonho não é só um pensamento, ele é real e faz-nos avançar, sempre. Mesmo que aquilo que tu sonhes nunca se venha a realizar, o empenho que pões para o tentares alcançar, ir-te-á fazer progredir. Não penses que por teres sonhos frustrados, nunca irás obter o que desejas, pois os nossos sonhos vão aumentando o seu grau de dificuldade conforme vamos crescendo, agora não podes é deixar de sonhar, se não vais permanecer num perdido passado que em nada te irá facultar felicidade. Acredita o sonho é fogueira que te aquece, mesmo sem arder, é a respiração que tem sustém com vida, é o sangue que te corre nas veias mesmo apesar de não verter quando morreres. Assim que o teu corpo desfalecer, o teu sonho, os teus sonhos vão-te fazer renascer e acompanhar-te-ão para toda a eternidade, assim como a música não morre com o seu artista, também o sonho vai viver para te fazer imortal.

- Nunca pensei que o sonho fosse assim tão importante...

- O sonho não é importante, o importante é que sonhes a nossa existência não pode estar programada para rejeitar sonhos, seríamos uma máquina sem vida, de puros movimentos, teórica e com um final programado.

terça-feira, julho 18, 2006

O texto mais longo

O texto mais longo, não seria um texto escrito num papel branco e nunca perene,

Não seria redigido numa máquina que o colasse a um monitor que se parte, que morre,

Não seria, tão pouco, aclamado por um fervoroso activista, ou arrogante político,

Não seria adornado de enormes vocábulos, dicionarizantes, sem nexo ou necessidade,

Nem com rimas parvas que complexam toda uma mensagem....

O meu ideal de texto mais comprido, é ostentado de palavras que não se dizem mas que se sentem,

Com olhares que não se escrevem, mas que marcam e não se limitam a folhas com linhas sem vida, que se propagam no infinito da eterna resma de sentidos do coração,

É tão comprido que o próprio tempo perguntaria "será que um dia acabarás?" e até as estrelas se escureceriam no intento de o alcançar.

Esse texto não é impossível, esse texto a nossa vida trata de o compor, enquanto verdejamos sentimentos e brincamos aos Homens e Mulheres, sem saber que a redacção da nossa existência marca uma eterna linha de novos vocábulos, que pautam todas as gerações, fazendo-as progredir e avançar, aumentando, constantemente, o nosso texto.

"Se é verdade que nosso corpo falece, também é verdade que a nossa vida permanece, num texto que nao desaparece e continuará a ser adido de novos avanços quer tecnológicos, quer sentimentais. Vivo, logo redijo"

quarta-feira, julho 05, 2006

Ai a digestão, a digestão ...

Para começar uma moamba
Com um quiabo apenas,
Depois acabaram as cenas
Veio uma explosão bamba,
Passava-se para o serão,
Depois para os quartos, irão?!

Claro que se vai, então?!
Mas antes comemos uns burritos
E laranjinha, mas sem gritos,
Nem que apodreça na mão,
Mesmo que fique amarelado,
É fruto, que seja degustado!

Depois, assim já no quarto,
O apetite lá voltou de novo
Três bifinhos e um ovo
E foi dormir, já estava farto.
Ao acordar foi comer francesinha,
Claro, caiu-lhe mal na barriguinha.

Deve ter sido de muito ter comido
Antes de se ir deitar, ontem,
Agora porque lhe convém
Virá um copinho de cerveja, aquecido,
Diz que faz bem à digestão
Se o beberá, não sei não,

" Mas se não beber também não faz mal, é melhor ficar com barriguinha cheia do dia de ontem do que vazia de nunca. Parabéns a comida tava boa, mas às vezes os alimentos têm destas coisas... "

perdoem-me as frases cliché...


(Escrito no dia daquele trágico Portugal-França, Mundial 2006)