terça-feira, julho 18, 2006

O texto mais longo

O texto mais longo, não seria um texto escrito num papel branco e nunca perene,

Não seria redigido numa máquina que o colasse a um monitor que se parte, que morre,

Não seria, tão pouco, aclamado por um fervoroso activista, ou arrogante político,

Não seria adornado de enormes vocábulos, dicionarizantes, sem nexo ou necessidade,

Nem com rimas parvas que complexam toda uma mensagem....

O meu ideal de texto mais comprido, é ostentado de palavras que não se dizem mas que se sentem,

Com olhares que não se escrevem, mas que marcam e não se limitam a folhas com linhas sem vida, que se propagam no infinito da eterna resma de sentidos do coração,

É tão comprido que o próprio tempo perguntaria "será que um dia acabarás?" e até as estrelas se escureceriam no intento de o alcançar.

Esse texto não é impossível, esse texto a nossa vida trata de o compor, enquanto verdejamos sentimentos e brincamos aos Homens e Mulheres, sem saber que a redacção da nossa existência marca uma eterna linha de novos vocábulos, que pautam todas as gerações, fazendo-as progredir e avançar, aumentando, constantemente, o nosso texto.

"Se é verdade que nosso corpo falece, também é verdade que a nossa vida permanece, num texto que nao desaparece e continuará a ser adido de novos avanços quer tecnológicos, quer sentimentais. Vivo, logo redijo"

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O que mais me agrada na tua escrita é a lógica com que encadeias os pensamentos e a aparente facilidade com que os transpões usando uma linguagem elaborada mas não difícil de perceber.. Escreves para partilhar. Gostas que te percebam. Gosto disso :)

Beijinhos

Mónica

1:39 da manhã

 

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