segunda-feira, novembro 07, 2005

Permissa

Deixaste-me escrever
Nos teus olhos, a minha dor.
Deixaste-me desejar
Nos teus lábios, a alegria
E permitiste que acreditasse
Que o Mundo não é redondo
E as estrelas giram à nossa volta!

Deixaste-me pintar,
No teu rosto a sinfonia... de amar
Deixaste-me esboçar,
No teu coração as palpitações do meu
E fizeste-me acreditar
Que o Oceano era um lago,
Os peixinhos já só voam
E até o céu fugia do mar.

Porque é assim que te imagino
Uma jóia perdida no mar,
Onde tantos te cobiçam
E só um te colherá, eternamente!

E é assim que te vejo,
Com mil névoas à tua volta
E um semblante austero,
Que arrepia o próprio frio!

E carrego nas pedras da calçada
Para caminhar na tua direcção,
Depreendo-te numa nuvem
E deixo até lá, fugir meu coração.

" Não peço que me distingas no meio da multidão,
Apenas que saibas que no infinito da tua alma, mora para sempre meu coração "