segunda-feira, novembro 21, 2005

Nunca

Nunca deverás julgar o amor que
sinto por ti.
Nunca deverás atentar aos beijos
que tanto tos quis dar.
Nunca deverás contrariar os sentimentos
que te expressei.
Nunca existas para que não me lembre
que em mim vivias.

Nunca serás uma miragem nos meandros
do deserto de mim.
Nunca serás uma nuvem, nevoeiro, nem neve
no meu céu.
Nunca deixarás de ser o céu nem o deserto,
no entanto.
Nunca digas um nunca na minha presença
magoas-me para sempre!

Nunca que o teu cabelo deixe de brilhar, com essa breve neblina de estrelas, que se dispersam em cada fio de seu tear orgânico, de amável e doce novelo. Nunca te surpreendas, minha bela infanta-anjo, se o teu amanhã colidir com o meu hoje, pois sou só eu a sonhar contigo, neste hoje onde morri a fixar tua imagem.