terça-feira, agosto 02, 2005

Debaixo do meu coração

Uma bolsa marsupial
Uma carteira de cristais
Um cofre sem combinação possível
Uma vida lá guardada

Dentro de meu crâneo
Dentro de minha mente
Debaixo do meu coração
Um desejo persistente

Estendido no mar
Perdido no infinito
Incrustado na memória
Subsiste a vontade

Colada com betão
Afixada com resina
E presa que nem rocha
Não resvalará

Nem que me apedrejem
Nem que me insultem
Ou até crucifiquem
Não deixarei de amar

O meu pedaço de terra
O meu litro de oxigénio
E o meu punhado de sonhos
Onde ando, respiro, vivo....