domingo, julho 24, 2005

Escreve-lhe

Deixa cair as palavras
Que prendes a esforço na garganta,
Liberta-as...

Rompe as folhas
Embrulhadas em textos poéticos,
Hiperbólicos e cansados de idílico,
Solta-te...

Sorri enquanto desenhas as letras,
Arrisca os sentimentos que realmente
Sentes e não aqueles que achas "bonitos",
Deixa-os claros nas linhas,
Poucas.

Sê breve, tens uma eternidade de linhas
Para preencher quando o amor te bater à porta,
Até lá, clarifica apenas e só que amas.
A carta não tem que ser comprida no papel,
Mas sim no tempo e não a temas é só papel,
Teu papel.

Conta-lhe da sua beleza ímpar em uma palavra,
Mas diz-lhe, tudo o que sentes sem rimas
Nem métricas perfeitas, o amor é feito de
Imperfeições que se dizem, se vêem, se ouvem e se escrevem,
Se não sabes, Escreve-lhe.